O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa foi escolhido por várias organizações brasileiras de jornalistas, professores de jornalismo, estudantes de jornalismo e pesquisadores em jornalismo e também pela Assembleia Internacional dos Povos, para divulgar, no Brasil e no mundo, um manifesto questionando as autoridades e o Judiciário britânico por manterem Assange preso, assim como pela decisão de autorizar sua extradição para os EUA, agora dependendo exclusivamente da assinatura da Secretária de Estado para os Assuntos Internos do Reino Unido, Priti Patel. O texto também será lido em várias instâncias do legislativo em todo o país.
O MANIFESTO
Prisão e ameaça de extradição de Assange são agressões à liberdade de imprensa em todo o mundo
Neste 3 de maio de 2022, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, jornalistas de todo o mundo cumprem o dever de prestar homenagem a Julian Assange.
Por sua luta, determinação e exemplo, Assange contribuiu de modo decisivo para o avanço do conhecimento e da proteção do direito à informação em todo o planeta.
Recolhido num presídio de segurança máxima na Inglaterra e ameaçado de extradição para os Estados Unidos – onde poderá ser condenado à prisão perpétua e sentenciado à pena de morte –, seu “crime” é bem conhecido. Revelou segredos das máquinas de guerra das grandes potências, em particular do império estadunidense e aliados próximos.
Denunciou mentiras, desmascarou falsos heróis, desvendou tratativas escusas entre governos. Comprovou denúncias de execução e tortura de prisioneiros e de jornalistas.
Num exemplo de rigor profissional, suas revelações sempre foram acompanhadas por farta documentação e por fotos e vídeos cuja veracidade jamais foi contestada.
Este é o drama com a liberdade de informação neste 3 de maio de 2022
Assange é perseguido – e pode perder a vida – porque ousou dizer a verdade. Não falsificou os fatos, não omitiu, não distorceu, não mentiu nem enganou. Apenas cumpriu o dever de apurar a dura realidade deste nosso século XXI. Também não lhe faltou coragem para reportar o que descobriu.
Pelas responsabilidades que assumiu, pelos riscos que enfrentou, a permanência de Assange na prisão representará um passo na criação de um estado de exceção em escala mundial, compatível com uma nova desordem internacional já à vista no horizonte, que ameaça a liberdade de homens e mulheres e a autodeterminação dos povos.
Em nome de seu direito à liberdade – e também pela preservação de conquistas que interessam a toda a humanidade – só há uma medida correta a tomar: libertar Julian Assange já.
Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo – ABEJ
Associação Brasileira de Imprensa – ABI
Associação Brasileira de Mídia Digital – ABMD
Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo – SBPJOR
Associação Profissão Jornalista – APJor
Centro Acadêmico Benedito Paixão – Jornalismo – PUC-SP
Centro Acadêmico Vladimir Herzog – Jornalismo – Cásper Líbero
Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ
Instituto Vladimir Herzog – IVH
Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental – RBJA
Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação (Jornalistas Pretos)
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais – SJMG
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná – Sindijor –Paraná
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná – Sindijor –
Paraná
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo – SJSP
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Rio de Janeiro – SJPERJ
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia – SinjorBA
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Goiás
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Município do Rio de Janeiro – SJPMRJ
Brasil, 3 de maio de 2022.