assange, andreato e consorcio de imprensa são homenagados

Solenidade em São Paulo homenageia Assange, Elifas Andreato e o Consórcio de Imprensa

O evento realizado na Câmara Municipal de São Paulo comemorou o Dia do Jornalista e o Dia da Liberdade de Imprensa, lembrando que os ataques à imprensa têm sido também uma ameaça e um desafio para a democracia em todo o mundo

Da Redação

Os ataques à imprensa e as dificuldades enfrentadas pelos jornalistas no exercício da profissão, de insultos a assassinatos, constituem graves desafios à própria democracia. Este parece ter sido o consenso entre as personalidades presentes à sessão solene organizada pela Câmara Municipal de São Paulo na terça-feira, 21 de junho, em homenagem aos jornalistas e à liberdade de imprensa.

“Os ataques à imprensa são também um ataque à democracia”, disse o vereador Eliseu Gabriel (PSB), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal, que apoiou a iniciativa do jornalista Sérgio Gomes. “Precisamos defender os dois.”

Sem dúvida, o ponto alto foi a leitura dramática de um artigo pungente da repórter Eliane Brum pela atriz Georgina Fadel, com participação do coral Luther King. Brum escreveu sobre o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips, tema de muitos outros oradores do evento.

homenagem a bruno e donTambém foi exposto o caso escandaloso de Julian Assange, jornalista australiano que revelou a barbárie das Forças Armadas dos Estados Unidos no Iraque, no Afeganistão e em Guantánamo. Por isso, é acusado de “espionagem” desde 2012 pelo governo estadunidense, que acaba de conseguir sua extradição junto ao governo britânico (ainda cabe recurso). A coordenadora da seção brasileira do Comitê Internacional Paz e Justiça dos Povos, Carmen Diniz (foto), alertou para o risco de o jornalista morrer na prisão nos EUA. Ele foi detido numa prisão britânica de segurança máxima em 2019, depois de passar sete anos asilado na Embaixada do Equador em Londres.

A solenidade homenageou especificamente Assange, o ilustrador Elifas Andreato (falecido em março) e o Consórcio de Imprensa, criado por várias empresas de comunicação para contabilizar os casos e mortes por Covid-19 em todo o Brasil. Bento Andreato, filho de Elifas, estava presente, mas não havia nenhum representante do Consórcio de Imprensa.

O jornalista Everaldo Gouveia, membro do Conselho Fiscalizador da Gestão da Associação Profissão Jornalista (APJor), representou a entidade. Também estiveram presentes o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Thiago Tanji; Rogério Sottili, diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog; Regina Pimenta, vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); e Vanira Kunc, viúva de Audálio Dantas.

Havia, ainda, representantes da Associação dos Cartunistas do Brasil, do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP, da organização Repórteres Sem Fronteira (RSF) e dos centros acadêmicos Benevides Paixão (PUC-SP), Vladimir Herzog (Cásper Líbero) e Lupe Cotrim (ECA-USP).

Para saber mais:

APJor

APJor

A Associação Profissão Jornalista (APJor) é uma organização sem fins lucrativos, criada em 2016 por um grupo de 40 jornalistas, com o objetivo de defender o jornalismo ético e plural e valorizar o papel do jornalista profissional na sociedade brasileira.