Por Celso Bacarji
A APJor disponibiliza aqui o Relatório Final do Seminário Interno da APJor, realizado em dezembro de 2020 com o objetivo definir as estratégias da Associação para o biênio 21/22. O documento foi fruto de um exaustivo trabalho da equipe de relatores e da coordenadora do grupo, Leda Beck, que fez a sua redação final. Mas valeu o esforço. Estão registrados nele não apenas as propostas de atuação da entidade para os próximos dois anos mas também um retrato realista da luta por um conselho de jornalismo no Brasil de hoje.
Não é um cenário otimista, embora não seja desmotivador. Poucos estão falando em conselho de jornalismo hoje no País. Poucas entidades, poucas lideranças, raríssimos políticos, embora estejamos vivendo uma crise sem precedentes na atividade jornalística nacional. Ainda assim, é motivador que um grupo de mais de 50 jornalistas esteja se mobilizando para levar essa luta adiante, com recursos próprios, contando apenas com aquilo que cada um é capaz de oferecer.
Também não é uma luta fácil. Como destaca Leda Beck, no relatório, apesar do consenso sobre a necessidade de um conselho “tudo mais está em debate”. O seminário mostrou que “há diferentes posições até sobre o formato da instituição desejada, suas funções, sua abrangência social ou sua autoridade”. Mesmo o papel que a APJor deve desempenhar nesse processo é tema para o debate.
Na primeira parte do seminário, o presidente da APJor, Fred Ghedini, historiou a luta da categoria sobre o conselho, discorreu sobre as funções do jornalismo na sociedade e propôs um método para atuação da APJor. Na segunda parte, Dal Marcondes, conselheiro da Associação, falando sobre o papel da entidade, propôs que a APJor seja um think tank, um laboratório de ideias e reflexões, que estude a profissão, o profissional e o que seria um conselho, seus objetivos e sua forma de atuação.
O relatório conclui apresentando duas propostas básicas de ações para a APJor, que emergiram do seminário, em consonância com a sua própria definição, como uma organização de inteligência e de articulação: produzir e difundir conhecimento capaz de promover um jornalismo ético e plural e articular-se com as entidades de jornalistas e com os segmentos da sociedade civil preocupados com a qualidade do jornalismo. Veja a íntegra do documento no link abaixo. Boa leitura.
* Celso Bacarji é jornalista e editor do site APJor