Por Redação APJor
O jornalista Mauro Malin prepara a sétima edição do livro Dossiê Herzog: prisão, tortura e morte no Brasil, de Fernando Pacheco Jordão, a convite da viúva de Fernando, Fátima Pacheco Jordão. Uma das novidades desta edição será a publicação, pela primeira vez em livro, da lista dos 1.004 jornalistas que assinaram e publicaram em 1976 o manifesto “Em Nome da Verdade”, marco de um dos momentos mais trágicos da história política e jornalística do Brasil. A eles foi dedicado o livro, publicado originalmente em 1979.
O manifesto foi uma contestação direta às conclusões de um IPM (Inquérito Policial Militar) mentiroso instaurado para apurar “o suicídio” do jornalista Vladimir Herzog em 25 de outubro de 1975. Se você assinou o manifesto ou conhece alguém que assinou, por favor entre em contato com Malin (mauro.malin@gmail.com). A lista pode ser consultada em https://vladimirherzog.org/21039-2/. O Instituto Vladimir Herzog (IVH) incluiu no seu roteiro de atividades o patrocínio da publicação da sétima edição do Dossiê Herzog.
A lista, publicada com o manifesto em 3 de fevereiro de 1976 como matéria paga (custeada pelos próprios signatários) no jornal O Estado de S. Paulo, sob o título Em Nome da Verdade, passa por minuciosa revisão. Há nomes que foram publicados com erros de grafia. Além disso, está sendo estabelecida a identidade daqueles que assinaram de forma diferente de como eram ou são conhecidos na imprensa. Trata-se dos casos, por exemplo, de Belisa Ribeiro, que assinou com o sobrenome de casada, Belisa Contino, e de Apicius – o maior cronista de gastronomia do Rio na época – que assinou o nome completo de batismo, Roberto Marinho de Azevedo Neto (1941-2006).
A APJor apoia a iniciativa de Malin. É fundamental manter e difundir a memória dos tempos sombrios da ditadura civil-militar que durou 21 anos no Brasil. Ainda mais no momento em que os restos do regime de opressão teimam em permanecer vivos na realidade brasileira por meio do atual governo. Um governo que ama a mentira – propagada repetidamente por uma máquina de falsidades erroneamente chamada de “fake news”, pois trata-se na verdade de propaganda fraudulenta –, a tortura, o obscurantismo e os assassinatos perpetrados entre 1964 e 1985.
Entre os signatários que foram localizados e com os quais Malin fez contato, diretamente ou por intermédio de outros signatários, setenta já deram depoimentos sobre as circunstâncias em que assinaram o manifesto, publicados na mesma página do site do IVH onde se encontra a lista. Alguns desses signatários já enviaram também fotografias suas da época em que assinaram o texto de protesto, expostas junto a seus depoimentos.
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